Talvez existam mundos paralelos. Talvez todas as nossas escolhas neste mundo, reflitam em um outro mundo completamente diferente e ao mesmo tempo completamente relacionado a este, com uma versão de nós vivendo as nossas outras possibilidades. Talvez seu eu alternativo tenha se casado com aquele amiguinho inseparável do colegial, que você sabia com absoluta certeza que era a melhor escolha que você poderia ter feito na vida, mas ainda assim escolheu se mudar para outra cidade com um cara que te dá tudo, menos amor. Ou talvez você tenha se formado nesse outro mundo, lá você prestou atenção nas aulas e fez tudo como o esquema mandava, porque você não fez aqui. Essa é a única vida que você conhece, mas talvez não seja a única que você tem. Não de verdade.
Talvez, a cada vez que eu olho para o céu e me sinto extremamente triste ao ver as estrelas, ao mesmo tempo, eu também me sinta bem, feliz ou não sinta nada. Talvez eu não tenha ido naquela direção, lá. Talvez eu não tenha tentado criar eu mesma um mundo paralelo para mim e tentado lidar com ele. Pensar nas possibilidades ajuda a gente a continuar buscando a paz, porque com a certeza de que a direção contrária teria nos trazido paz e alguém já está em paz com essa escolha, lá na frente tem outra rua com mais duas ou mais entradas, a gente sempre sabe onde virar pra encontrar o que precisa, mas sempre tem curiosidade de saber o que vai encontrar na direção contrária.
Talvez um dia quando estiver muito cansada, eu apenas vire naquela rua tranquila e me sente na grama macia para poder morrer em paz. Última escolha sábia a se fazer, morrer ao ar livre, bem embaixo da lua, das estrelas e de todos os astros lá em cima. Mas só quando estiver cansada demais de virar em esquinas que eu não faço a mínima ideia de onde vão me levar. Pois sei que em outro mundo, muito longe daqui, eu já estou feliz, pois já tomei o rumo certo.
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