quinta-feira, 20 de junho de 2013

Entre cigarros e pensamentos suicidas


Enquanto a brasa queima lentamente e a fumaça se dissolve no ar, observo-a, me perguntando quantos anos de vida estou queimando a cada tragada. A nicotina me faz tão mal que sinto meu corpo perdendo as forças cada vez que levo o cigarro aos lábios, ingerindo todas as substâncias ruins, porém tão tranquilizantes daquele produto. Talvez seja apenas meu psicológico, mas o tremor que sinto não é nada psicológico. Porém a paz que se segue… É um suicídio quase lento. Penso nas piores coisas enquanto fumo um cigarro. Penso em como seria se tivesse a coragem de dar fim aos meus dias, penso em como seria se pudesse ser diferente. Penso em como seria ter alguém no mundo pra chamar de amor. Penso em como seria ter alguém que delicadamente retirasse aquela droga lícita da minha mão e me fizesse ver o que eu estou fazendo com a minha vida. Penso em suicídio. Penso o tempo todo em suicídio, enquanto observo a fumaça se misturar com o ar e simplesmente desaparecer. Num momento breve, penso em como gostaria de ser aquela fumaça, para graciosamente desaparecer no ar, me misturar com as partículas invisíveis contidas nele e me tornar um grande nada na imensidão do mundo. Gostaria de desaparecer. E a cada trago, sinto que desapareço um pouco mais. Não ligo de adoecer, simplesmente não ligo. Sei que estou me destruindo aos poucos, mas não ligo. Às vezes me rendo ao álcool para a garganta não secar, tantos são os cigarros que preciso, quando o desespero me toma. Sinto a corda que não tenho coragem de amarrar apertar forte o meu pescoço, só esperando eu me jogar. Só esperando o banquinho que me mantém segura vacilar e então tombar. Pode ser psicológico, mas também vem da carne. Vem da minha carne apodrecendo a cada tragada. Mas eu realmente não me importo.

A música desaparece aos poucos.

A fumaça desaparece aos poucos.

A brasa queima… Também aos poucos.

E eu… Eu me suicido. Pouco a pouco.

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