quinta-feira, 20 de junho de 2013

I’m a non-person living in a non-world


Cigarro após cigarro, tentando encontrar as palavras certas na minha cabeça para explicar à mim mesma o que diabos estava acontecendo. Tentando encontrar as palavras certas para que minha própria história faça sentido. Tentando aqui construir a minha muralha, novamente, depois do último ataque. Por um instante havia pensado ter encontrado alguma coisa, precisei parar e escalar um pouco, o suficiente para descobrir que foi apenas uma miragem muito breve de algo que eu queria, de fato, ter encontrado. Um prazer temporário. O copo de água no deserto que jamais seria suficiente pra me afogar, mas matava a minha sede o suficiente. Voltei pra minha construção, preciso me apressar. Estava esperando pelo fim do mundo, mas ele não vai chegar. Estava esperando pela minha covardia pra poder agir, mas não sou covarde o suficiente. Esperava até por um milagre ou uma atitude inesperada. Estava esperando algo que não me acontece. Esperando por algo bom.
Nada me acontece além de miragens e breves flashes de vidas que não me pertencem. Nada me acontece além de breves alucinações. A luz me deixa quase cega, tão cega que mal posso ver. O álcool me deixa mais bonita. As luzes brilham intensamente sobre mim. Nada disso faz sentindo. A música me conduz e eu não sei mais quem eu sou, porém me encontro. O álcool me solta. A música me liberta. A vida que me pertence passa diante de mim em um segundo, um pequeno segundo. E depois eu volto pra muralha, segura. Estive exposta. O álcool me deixa exposta. A música me deixa exposta. Mais cigarros, eles me protegem. Mãos nervosas me condenam e denunciam. Lágrimas rebeldes, meu corpo que me trai. Não posso confiar nem mesmo em mim.
Preciso reforçar as bases. Preciso largar a garrafa. Preciso desligar a música. Preciso jogar a carteira de cigarros fora. Talvez eu use os fósforos para atear fogo em tudo. Sinto a vontade repentina de atear fogo a mim mesma. Está na hora de colocar mais tijolos na muralha, reforçar as bases. Ninguém deve entrar. Não há quem sair.
Não há sentido dentro da minha cabeça. Não existe sentido fora dela.
Não existe sentido.
Talvez, eu não exista.

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