sábado, 27 de julho de 2013

A Psicose de Norman Bates

Eu fiquei esperando pra fazer esse post sobre Psicose porque queria fazê-lo por completo e para isso eu precisava ter lido o livro e assistido a todos os filmes. Me interessei mais pela história logo após o lançamento da série Bates Motel, até então eu só conhecia o filme, mas nunca tinha assistido com a devida atenção, assim como a maioria das coisas que eu acabo ignorando por um longo tempo apenas para descobrir mais tarde que são coisas geniais e que eu estava perdendo muito ao ignorá-las. Então hoje irei dar o meu parecer sobre o livro de Robert Bloch, o filme dirigido pelo Hitchcock, os outros três filmes dirigidos por outros diretores, mas que continuam o legado e, claro, sobre a atual série Bates Motel. Então coloca pra tocar o tema de Psicose e acompanhe os meus devaneios sobre esse clássico.

Este texto contém spoilers sobre o livro, os filmes e a série.

Clique para ouvir o famoso tema de Psicose por Bernard Hermann.
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Alfred Hitchcock e Anthony Perkins,
o simpático Norman Bates de 1960
Temos Norman Bates, esse sujeito aparentemente calmo, comum e absolutamente gentil que toca um motel em Fairvalle - o Motel Bates - que acabou saindo das vistas das pessoas que chegavam na cidade quando a nova estrada é construída. Mesmo assim Norman e sua mãe resolvem continuar tocando o negócio, e vez ou outra aparecem alguns hóspedes que se perdem no caminho ou não conhecem direito a cidade. Porém, nada é o que parece. Norman possui um lado que nem todos conhecem. Aliás, Norman possui um lado que apenas ele e sua mãe conhecem. E coisas estranhas acontecem no motel dos Bates. Pessoas somem, uma estranha mulher está sempre na janela observando tudo e à todos e Norman não é um rapaz, mas às vezes age como um. E é um rapaz obediente, sempre de prontidão para resolver os problemas para sua mãe e reciprocamente, esta também se dispõe a fazer tudo pelo seu filho e tudo para protegê-lo. Ah, Norma Bates! Jamais deixaria que se aproximassem do seu filhote, o indefeso Norman. A própria mãe possui um humor variável, oras ama Norman e quer seu bem, oras está sempre a xingar o rapaz (que na verdade é já um homem feito). E ele apenas fica lá, parado, ouvindo com a cabeça baixa. Afinal, mães sempre sabem o que é certo. "E vocês não a conhecem como eu conheço!", é o que diria Norman.
As coisas mudam quando a verdade é revelada: a Senhora Bates, na realidade, já está morta, mas não enterrada.

Psicose é uma incrível e fascinante história sobre obsessão e um personalidade dissociativa (múltiplas personalidades). E Norman Bates é um cara tão simpático que por vezes a gente chega a se sentir mal por se ver dizendo "ah, mas coitado dele!" ou mesmo por não conseguir ver tanta maldade em seus atos.
Norman Bates não é, para mim, um vilão. O considero no máximo um anti-herói com suas razões - embora não muito corretas -, mas certamente justificadas.

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PSICOSE - O LIVRO: O livro é a introdução de toda história. Muito provavelmente, as pessoas só tomam conhecimento dele depois de ver o filme e conhecem a história, mas se por acaso você teve a oportunidade de ler Psicose sem sequer saber sobre o que se tratava e sem ter sido influenciado pelo filme, saiba que eu o invejo solenemente. Eu li o livro bem depois de ver a série Bates Motel e assistir pelo menos umas duas vezes ao filme, mas o livro tem bastante diferença do filme, como características físicas do próprio Norman (que no livro é gordo e beirando os seus 40 anos, já no filme ele é bem mais jovem e muito magro). Se você também não viu o filme, eu sugiro que não o faça antes de ler o livro. 
Aqui nós temos a essência pura de Psicose, a apresentação do personagem Norman Bates e suas duas outras personalidades: Norma Bates e Normal Bates. No livro sabemos que Norman, na maior parte do tempo, é essa criatura doce e inofensiva, que parece um menino, é inocente, muito prestativo e tudo que ele faz é ficar cuidando do motel para sua mãe e comendo docinhos. Ele não bebe, ele não leva garotas pra casa, ele não faz nada de errado, apenas mantém-se com seus hobbies peculiares - como a taxidermia. Norman tem adoração pela mãe, faz tudo que ela manda, mas às vezes sai do controle. E aí temos Norma Bates, a mãe. Essa entra em cena quando vê que o filho está sob algum tipo de ameaça, ou pelo menos na cabeça dela. Moças são perigosas, realmente perigosas e nenhuma delas presta. São todas putas e Norman não deve deixar que elas o levem na conversa, é o que Norma sempre diz. E se ele não consegue se segurar ou se a vontade de olhar pelo buraquinho na parede e espiar for mais forte que ele, Norma estará ali para cuidar do seu menino.
E tudo estava muito, muito tranquilo, Norman estava lidando com a sua vida muito bem até o aparecimento de Mary Crane, uma moça jovem, bonita. Ameaçadora, aos olhos de Norma. E logo ela resolve que está na hora de dar um jeito na vadia, é o que pensa. E Norman pode dormir profundamente, pois mamãe está logo ali para ampará-lo.
E por fim, temos Normal Bates, que só tomamos conhecimento dele no final do livro. Normal é quem tem a sede de matar, é ele quem é capaz de calcular minuciosamente o que é necessário para se livrar de um corpo e a força que precisa para matar alguém e também é esta a personalidade que sabe manter as aparências e viver como uma pessoa "normal". E o mais importante: o desejo. O desejo de possuir essas mulheres e logo, o desejo de matá-las, quando entra em conflito com suas outras personalidades. E Norma é seu álibi, é tudo culpa dela, ele jamais faria algo assim, não ele, não Norman. Mas é o mesmo que diria Norma, ela jamais seria capaz de fazer mal sequer a uma mosca.

A minha nota: ★★★★★

Trecho do livro: 


"Segundo o Dr. Steiner, Bates era agora uma personalidade múltipla, dotada pelo menos de três facetas. Havia Norman, o menino que precisava da mãe e odiava qualquer coisa ou qualquer pessoa que ficasse de permeio entre ele e ela. Depois havia Norma, a mãe, que não tinha licença de morrer. O terceiro aspecto pode-se- chamar de Normal, e esse correspondia ao Norman Bates adulto, que tinha de viver a rotina cotidiana e ocultar aos olhos do mundo a existência das outras personalidades. Claro, as três não eram entidades completamente distintas, e cada uma continha elementos da outra. O Dr. Steiner chama isso de "trindade maldita". Mas o adulto Norman Bates se controlava suficientemente bem, a ponto de receber alta no hospital. Voltou a dirigir o motel, e foi aí que a tensão o acometeu. O que mais lhe pesava, enquanto personalidade adulta, era o sentimento de culpa pelo assassínio da mãe.

Conservar intocado o quarto dela não era suficiente. Queria igualmente conservá-la — conservá-la fisicamente — para que a ilusão da sua presença viva lhe suprimisse o sentimento de culpa. Aí foi que ele a trouxe de volta — na realidade tirando-a da cova e dando-lhe uma nova vida. Deitava-a na cama quando a noite descia, vestia-a e levava-a para baixo durante o dia. Naturalmente ocultava a estranhos tudo isso, e o fazia bem. Arbogast devia ter avistado o vulto da mãe na janela do segundo andar, mas provas não houve de que alguém a tivesse visto em todos esses anos.
Segundo o Dr. Steiner, Bates era agora uma personalidade múltipla, dotada pelo menos de três facetas. Havia Norman, o menino que precisava da mãe e odiava qualquer coisa ou qualquer pessoa que ficasse de permeio entre ele e ela. Depois havia Norma, a mãe, que não tinha licença de morrer. O terceiro aspecto pode-se- chamar de Normal, e esse correspondia ao Norman Bates adulto, que tinha de viver a rotina cotidiana e ocultar aos olhos do mundo a existência das outras personalidades. Claro, as três não eram entidades completamente distintas, e cada uma continha elementos da outra. O Dr. Steiner chama isso de “trindade maldita". Mas o adulto Norman Bates se controlava suficientemente bem, a ponto de receber alta no hospital. Voltou a dirigir o motel, e foi aí que a tensão o acometeu. O que mais lhe pesava, enquanto personalidade adulta, era o sentimento de culpa pelo assassínio da mãe.
Conservar intocado o quarto dela não era suficiente. Queria igualmente conservá-la — conservá-la fisicamente — para que a ilusão da sua presença viva lhe suprimisse o sentimento de culpa. Aí foi que êle a trouxe de volta — na realidade tirando-a da cova e dando-lhe uma nova vida. Deitava-a na cama quando a noite descia, vestia-a e levava-a para baixo durante o dia. Naturalmente ocultava a estranhos tudo isso, e o fazia bem. Arbogast devia ter avistado o vulto da mãe na janela do segundo andar, mas provas não houve de que alguém a tivesse visto em todos esses anos.
— Então o horror não estava na casa, murmurou Lila! — estava na cabeça dele!
Disse Steiner que essa relação é a mesma que há entre o ventríloquo e seu boneco. A mamãe e o Norman menino deviam ter mantido longas conversas. E o Norman adulto provavelmente racionalizava a situação. Era capaz de se fingir normal, mas quem sabe o que na realidade ele percebia? Tinha interesse por ocultismo e metafísica. Provavelmente acreditava totalmente no espiritismo, assim como acreditava no poder de preservação da taxidermia. Não só isso, mas lhe era impossível rejeitar os outros aspectos da própria personalidade, sem ao mesmo tempo
destruir a si mesmo. Vivia três vidas simultaneamente. E o interessante é que as ia vivendo muito bem, até que...
Sam hesitou, mas Lila acabou a sentença que ele ia proferir:
— ...até que Mary apareceu. Aí aconteceu alguma coisa e ele a matou.
— Foi a mãe que a matou — retificou Sam. — Foi Norma que matou a sua irmã. Não há um jeito de apurar toda a verdade da situação, mas o Dr. Steiner tem a certeza que, ao surgir uma crise, Norma se transformava na personalidade principal.. Aí Bates começava a beber e ela se impunha. Durante essas omissões, ele vestia a roupa da mãe. Depois a escondia, pois em sua opinião, ela era a verdadeira assassina e tinha de ser protegida.
— Então o Dr. Steiner está certo de que ele é louco?
— Psicopata — é a palavra que usou. Sim, receio que sim. Vai aconselhar que recolham Bates ao Manicômio Estadual pelo resto da vida."

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PSICOSE (1960): O filme de Alfred Hitchcock é a versão para o cinema do livro de Robert Bloch e poderia dizer que é uma versão quase fiel da história. Como eu disse sobre o livro, temos as particularidades do filme para o livro, como a forma física de Norman, a exclusão da terceira personalidade dele, pois no filme só somos colocados diante das duas dominantes: Norman e Norma. E outros pequenos detalhes como o nome com o qual a Marion assina o check-in no motel e outros pequenos detalhes, mas de um modo geral, a obra é definitivamente fiel ao que propõe o livro. E não se pode dizer que Anthony Perkins não fez jus ao Norman, porque ele simplesmente é o Norman. Apenas isso e não há quem tire seu mérito.
Claro que, para o filme de 1960 - e perdoem-me os fanáticos - algumas cenas chegam a ser absurdamente cômicas. Como a maioria das mortes no filme, elas são hilárias e é até por esse motivo que eu não consigo levar esse filme como um filme de terror, mesmo sabendo que ele é um dos maiores clássicos do cinema desse gênero. Eu respeito a produção, mas assistir a um filme desses nos dias atuais, com todos os recursos que existem e que deixam os filmes realmente assustadores não há nada que me deixe verdadeiramente amedrontada em Psicose. Mas isso é bem relativo, devo frisar bem essa parte. 

A minha nota: ★★★★★




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PSICOSE II (1983): Dirigido por Richard Franklyn e ainda com Anthony Perkins como Norman Bates. O filme mostra um avanço de vinte anos no ocorrido, logo quando Norman tem a permissão de voltar para casa depois de ter ficado por tanto tempo no sanatório e tudo parece correr bem, mas nada nunca deixa de ser algo que já foi um dia, principalmente quando existem pessoas que conhecem o seu passado e resolvem trazê-lo de volta. 
É o que acontece com Norman na trama dessa sequência, depois de vinte anos, quando tudo parecia ter finalmente acabado, ele encontra trabalho numa lanchonete na cidade e quer apenas viver uma vida tranquila, mas logo quando conhece Mary (parece ser coincidência, mas acabamos por ver que não é) as coisas começam a ficar novamente confusas para Norman. Mary no início parece querer estar na companhia de Norman e gostar dele, o que de fato na minha opinião faz sentido, porque ela sentiu realmente um interesse por ele e pela loucura dele. Porém Mary é filha de Lila, irmã de Marion Crane que foi assassinada por Norman vinte anos atrás. Lila desde o início é totalmente contra a libertação de Norman ao mundo, alegando que ele é um psicopata perigoso e que não pode ficar solto por aí, mas as autoridades acreditam que ele tenha mudado e esteja "curado" o suficiente para estar em liberdade.
Lila não aceita isso, por medo e por vingança ao que aconteceu com Marion naquela época , então ela e a filha, Mary, criam esse plano de atormentar Norman e fazer com que ele enlouqueça novamente. Começam a deixar bilhetes em nome da senhora Bates pelos lugares e brincar com a mente do já fragilizado Norman.
É óbvio que o final disso não é nada bom e, infelizmente, Norman volta a atacar, mas dessa vez com a plena consciência de que sua mãe está mesmo morta. 
Também somos apresentados a uma faceta curiosa da história de Norman, em que conhecemos a suposta mãe verdadeira dele, uma senhora que clama ser irmã de Norma e que seria sua mãe biológica. Mas a senhora Spool também não dura muito tempo e logo ela toma o lugar da senhora Bates no antigo quarto. Tudo volta a ser o que era no começo.  

A minha nota: ★★★★☆




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PSICOSE III (1986): Dirigido pelo próprio Anthony Perkins, esse toma uma atmosfera bem mais intensa que a dos anteriores, sendo, para mim, o mais forte da franquia e o mais sangrento.
O filme começa de forma um pouco perturbadora, em um convento, onde uma das freiras está tentando cometer suicídio e em meio a uma confusão, acaba causando a morte de uma das irmãs do convento, mas ainda assim acredita que foi a Virgem Maria quem lhe salvou a vida e resolve abandonar o convento e fugir. Ela acaba pegando carona com um maluco chamado Duane que está indo em direção a Fairvalle.
Enquanto isso, no Motel Bates, desde o incidente com o a senhora Spool (ainda dada como desaparecida) tudo parece estar normal como deveria ser. Norman continua tocando o motel como sempre fez e nada havia saído do controle. Ele havia aprendido como controlar a mãe e tudo estava no seu devido lugar, calmo, tranquilo, absolutamente pacífico.
Mas isso até chegar ao motel essa moça com as mesmas iniciais de uma velha conhecida - e vítima - de Norman: M.C. que é Maureen Coyle, a freira fugitiva que está tentando buscar alguma paz de espírito ou um fim pra sua vida.
Maureen acaba se afeiçoando a Norman depois de este ter-lhe salvo a vida, mal sabendo ela que a sua intenção na realidade era matá-la, mas dadas as circunstâncias, a única coisa que ele poderia fazer era ajudá-la. Norman também se vê afeiçoado pela moça e vemos aquele Norman doce, prestativo e pronto pra ajudar quem quer que chegue ao seu motel. Então é óbvio que não vai demorar muito para que Norman assuma as rédeas da situação, afinal é apenas mais uma das vadias que querem desviar a atenção de seu filho.
E além disso, ainda tem uma jornalista chata que fica seguindo o Norman por todos os cantos e querendo que ele lhe diga coisas.
É uma boa continuação, também. Com o mesmo tipo de cenas de mortes cômicas. Esse é o filme da franquia que possui mais mortes, praticamente todo mundo morre no filme. Até a mãe já morta do Norman morre de novo. E é bem mais intenso também, o que faz ele ser muito interessante do começo ao fim. Não estragou em nada a história, mas também não diria que acrescenta em muita coisa, apenas pela apreciação ao querido Anthony Perkins dando o show de sempre como Norman Bates.

A minha nota: ★★★★☆




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PSICOSE IV: THE BEGINNING (1990): Dirigido por Mick Garris, o filme tem uma narrativa e uma proposta excelentes e, depois do original, é provavelmente e facilmente o meu favorito da franquia. Traz no presente Anthony Perkins como Norman e Henry Thomas como o Norman adolescente.
O filme é quase por completo narrado por Norman. Uma rádio local no início está fazendo uma matéria sobre "matricidio" (pessoas que mataram as próprias mães) com o ex-psiquiatra de Norman e um famoso caso da época. Mas em uma certa altura, a rádio recebe uma ligação de um homem que se identifica como Ed - que na verdade, como vemos, é Norman Bates. 
A partir daí, Norman começa a contar sobre toda a sua adolescência, sobre as meninas que ele matou, sobre como ele matou a sua própria mãe, sobre como ele era tratado por ela e a perturbação do personagem em seu auge. Norman nunca esteve curado e alega que irá fazer novamente, que irá matar alguém. E esse alguém é sua esposa, pois, Norman acaba se casando com a sua psicóloga que acredita que ele estivesse curado. 
O filme todo intercala entre Norman falando com a locutora da rádio e com as lembranças que ele possuía de sua infância e temos uma boa noção dos porquês de Norman. E por isso eu digo que Norman não é um vilão. Claro que ele tenta matar a esposa também, mas ela, por incrível que pareça, acaba se salvando. Esse filme, por ser um dos meus favoritos da sequência, é um dos quais eu não consigo por em palavras todas as coisas incríveis que acontecem, todas as cenas marcantes e o quão bom ele é. É, de todos, o que eu mais recomendo. 
E um viva para a trilha sonora desse filme, que depois de dois filmes sem o tema original de Psicose, traz de volta a musiquinha perturbadora que eu tanto gosto do primeiro filme. Esse sim é pra aplaudir de pé!

A minha nota: ★★★★★




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BATES MOTEL (2013) - A SÉRIE: Essa série! Por onde eu começo a falar sobre essa série? Quando descobri sobre a existência dela, foi pelo Tumblr e eu agradeço por isso.
A série é estrelada por Freddie Highmore como Norman Bates e Vera Farmiga como Norma Bates e é uma espécie de prelúdio a todos os acontecimentos entre o livro e todos os filmes. 
Muitas foram as críticas que eu li sobre a série, principalmente pelo fato de ela se passar nos dias de hoje, se tratar no caso, de um seriado contemporâneo (assim como as versões modernas de Sherlock e Jekyll, por exemplo), eu sou alguém que não vê problema algum nisso, modernizar clássicos, apresentá-los à nossa geração que é tão carente de boas histórias como Psicose.
Mas eu posso facilmente quebrar o argumento de que a série não poderia ser contemporânea com o próprio livro que leigos que acabam de conhecer a série, certamente não possuem o devido conhecimento sobre. 
A questão é a seguinte, o livro na época em que foi lançado já era uma história moderna demais para o tempo em que se passava. Aí temos as críticas que vão contra a mixagem entre o contemporâneo e os costumes antiquados da Norma, as vestimentas das pessoas e toda essa lenga-lenga de crítico de internet que gosta de botar defeito em tudo. Só digo apenas que a descrição do livro sobre a Norma e principalmente sobre o quarto dela, matam esse argumento desagradável. Não vou saber agora em qual trecho exato estava, mas lembro muito bem de como a Lila descreveu o quarto ao entrar lá, como se estivesse entrando em um museu, de tão antiquado que tudo aquilo parecia, era como se o tempo dentro daquele lugar tivesse parado e não corresse mais. E o que temos na série? Uma cidadezinha pequena, de interior, com costumes retrógrados e principalmente, a Norma, com seus costumes antiquados. 
E tanto Freddie Highmore quanto a Vera Farmiga fazem um trabalho fantástico na série. É como se o Freddie incorporasse o Anthony Perkins, até o sorriso deles é igual. Eu não tenho do que reclamar e ainda mais por encontrar tantas referências dos filmes anteriores e do livro no desenrolar da trama, em cada pequeno detalhe. 

A minha nota: ★★★★★




Um comentário:

  1. Já assisti a todos os filmes, e pra mim os primeiros são os melhores, já os últimos não me prenderam tanto a tela assim. Mas estou acompanhado a série desde o seu lançamento e também ouvi muitas críticas, eu, inclusive, não estava dando muito crédito, mas o desenrolar que a trama deu, até a temporada atual (2015), está surpreendente, começou aos poucos, a cada episódio dando sequencia a outro sem dar grandes saltos, e fazendo tudo parecer num curso natural, tanto é que estamos nessa parte da história, já podemos ver o inicio da incorporação de Norman na figura de sua mãe, não de fato, mas os primeiros sinais do que virá pelos próximos anos de Norman.
    Nunca li os livros, tenho muita vontade, mas é dificil encontrá-los em livrarias, e me falta tempo para ter leituras de entretenimento.

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