sábado, 13 de julho de 2013

Disturbia


Primeiro eram duas velhas amigas, elas conversavam riam. Eu deveria ter percebido que algo estava errado, pois aquelas duas jamais se dariam bem no plano real. Eu confundo sonhos com a realidade o tempo todo e isso me atormenta.
As risadas das duas meninas era alta e mesmo eu estando ali, no meio delas, era como se eu não estivesse. É sempre assim, sou sempre um observador em meus sonhos.
As cenas mudam rápido, o espaço-tempo nos sonhos é bem diferente do nosso tempo, mas o que vejo a seguir é apenas uma das garotas e um homem, não sei quem é esse homem, eu não vejo o seu rosto. Talvez seja só algum ator qualquer que eu vi em um filme ou série, mas ele está seguindo a minha amiga. Já faz tempo que não falo com essa amiga, aliás…
Ele continua a segui-la e por enquanto ele não me vê, mas ele a alcança. Eu sinto o pânico e o pavor dela, porque eu sei o que ele quer. Ele quer violar a garota, como o homem nojento que ele é. E ela é pequena, tão pequena quanto eu, ela não vai conseguir escapar.
Tudo é muito escuro e desfocado, não sei mais se estou sonhando ou se estou correndo pela minha vida. Eu sei que ela consegue correr, correu rápido e encontrou uma casa. Agora ela me vê e eu posso falar com ela. Entramos na casa, o homem nos segue até lá.
Em algum ponto dessa bagunça toda, sei que vi minha mãe, estava em um lugar alto, muito alto e ela estava comigo, mas não importa, porque ela não está ali e tudo que eu sinto é pânico. O homem consegue entrar, ele é forte e não parece humano. Tento me fazer crer que estou em um episódio, apenas. Mas é tudo real demais, ele está vindo para cima de mim e eu saio. Ele começa a atacar a outra menina.
Eu tenho força, de repente eu tenho muita força. Eu consigo rendê-lo, mas não é o bastante. Eu esmago a cabeça dele com algo muito pesado, muito pesado mesmo. Eu não consigo olhar.
A menina não sei, se salvou, ou não. Ela desaparece, é tudo que eu sei.
Estou com medo agora, pois a polícia aparece e eu vou ser presa, cometi um crime e não posso provar que sou inocente. Eu matei. Matei a sangue frio e não hesitei.
E eu mataria novamente.
Eu vou pra casa, uma casa estranha, tudo ainda é escuro. Meu pai está lá e minha mãe também. Algo está errado, não é assim que eu vivo. Minha mãe quer dormir em sua própria cama, mas eu estou muito apavorada pra dormir sozinha.
Volto a ser observadora. O monstro que eu matei, se reproduz em outro lugar. Por um momento sinto como se tudo isso fosse uma grande ficção, mas o terror que eu sinto é real. Eu sei que vou morrer. Ele vai vir para mim e vai me matar.
Quero gritar e não consigo. Meus pais não sabem de nada.
Confuso, confuso. É tudo muito confuso. Vi sangue, muito sangue e queria gritar. Tudo estava escuro e assustador.

Então eu acordo.

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