domingo, 13 de outubro de 2013

I want to go home, but I don't know where home is...

Às vezes eu paro e fico apenas ouvindo a minha respiração. O silêncio ao redor, cortado apenas por sons ambientes. Minha respiração pesada, cansada, como se eu carregasse uma tonelada em cada braço dia após dia. Não carrego esse peso todo, na verdade, são raros os dias em que eu consigo sair de casa. Mas minha alma carrega talvez mais peso que isso. Talvez o peso desses anos que carrego comigo e talvez ainda o peso de todos os outros corpos e tempos em que esteve. Minha alma é marcada por feridas que eu conheço e por outras que não entendo porque as tenho. Sofro por decepções que ainda não passei, sofro por lugares que sequer conheço, mas sei que sofro. Eu sofro por 20 anos. E eu sofro por mais um milhão de anos. Carrego todos esses sofrimentos nas minhas costas. Eles refletem nos meus olhos, na minha respiração, na forma como me sinto perdida o tempo todo. Perdida no tempo, no mundo. Perdida em qualquer lugar. E não consigo achar o lugar que eu perdi nesses anos ou nos outros anos atrás, aqueles que eu sequer lembro mais. O que eu carrego, ninguém mais sabe. Eu não deveria lembrar, não deveria saber. Mas de alguma forma, eu sei. Eu sei que eu estou sofrendo por um peso muito maior do que o peso dos meus problemas superficiais. Eu sei que eu estou sofrendo por algo que eu perdi há um milhão de anos ou algum lugar ou mesmo alguém. Às vezes esse peso desaparece. Raramente, não dura nem cinco minutos. Talvez seja um tipo de sinal, talvez eu já tenha conseguido me aproximar da minha redenção. Mas eu não a alcanço, eu ainda me sinto cansada, pesada demais pra esse corpo. Preciso encontrar o caminho de volta pra casa, mas sequer sei onde fica a minha casa. Eu não deveria lembrar que eu não sou apenas isso, não deveria nem saber que eu já fui algo mais. Mas de alguma forma, eu sei que eu não pertenço e que eu nunca vou pertencer. A não ser que eu encontre aquilo que falta. Quem sabe eu dou sorte. Quem sabe só na próxima vida.

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